quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Democracia

Há um tempo atrás, falei que iria questionar a lógica da Democracia.

Antes de tudo, vou usar do meu querido amigo Wikipédia para poder transcrever o significado de tal regime:

Segundo esta biblioteca virtual, Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos.

Hum... parece bom... porque não funciona?
Deveria!

Não vou questionar aqui que é o povo quem deve tentar decidir pelo direcionamento político de seu país. Mas eu começar a falar sobre a falta preparação dos cidadãos para o direito (dever) de exercer o voto pode ser apontado como irrelevante para questionar a 'lógica' democrática.

No entanto, vou me dar esta licença para questionar este ponto, dado que ele é o primeiro pilar da definição de Democracia.

Povo... O povo elege o seu representante.

Vamos imaginar cada eleitor como o presidente de uma empresa, pode ser assim?

Muito forte para você?

Tente... Cada eleitor tem o poder de um presidente de uma empresa... não uma empresa qualquer, mas uma grande empresa.

Cada eleitor no Brasil tem o poder de um Eike Batista, por exemplo.

Como que o Eike Batista torna-se capaz de tomar boas decisões, traçar planos estratégicos que afetem o desenvolvimento de suas empresas, não só no longo prazo, como no curto prazo?

Hum... resposta trivial... ele toma suas decisões pautado por um conjunto de informações disponível, as quais podem ter acurácia, ou não... então ele analisa o risco e decide conforme a estratégia do grupo. Ok?

Como podemos passar isso para um pai de família na hora de votar?

Hum... ele tem de estar suportado pelo melhor conjunto de informações possível para poder estabelecer quem seria o melhor candidato para ele e para seus dependentes diretos.

No mínimo, ele deveria ter algum conhecimento sobre política, deveres e direitos cívicos. Algo que deveria ser lecionado nas escolas. Não?

Agora, quem aqui consegue acreditar que todos que vão votar se pautam com as melhores informações acerca dos candidatos, ou, num nível mais superficial, com as informações mais concretas sobre os partidos?

Afinal, muitas vezes, para não falar sempre, quem ganha as eleições são os partidos, não os candidatos. Pode haver coincidência de o partido ser liderado pelo candidato elegível, mas não é default.

Ok.

Quem aqui toma conhecimento de todas as propostas e planejamento de execução do trabalho dos seus candidatos? Quem realiza um Raio-x de "promessas feitas" x "promessas cumpridas"? Quem analisa isso pela ótica do partido?

Beleza...

'Ok, Santa! Mas... e aí, por causa da população não ter conhecimento devemos abandonar a Democracia? É por causa disso que ela não tem lógica?'

Mais é claro que não!... já que aquecemos vamos tentar estabelecer pilares para questionar esta forma absurda de Governo, pelo menos a Democracia nacional...

Como ela já começa errada? Hum... preparem as pedras!

Ela começa errada por ter início e fim de mandato!

'Que absurdo!' e taquem pedras no Santa...

Rápida introdução à Teoria dos Jogos.

Supanhamos que o conhecimento seja público e que todos os jogadores tenham acesso ao conhecimento e saibam que os outros jogadores também possuem este acesso. Ok?

Vamos supor dois jogadores com um objetivo simples.

O jogo baseia-se na troca de mãos do dinheiro disponível na economia, e a cada troca, esta riqueza amplia-se em 10%, o jogador tem a opção de rodar a moeda, ou reter para ele a riqueza atual. Qual o equilíbrio do jogo? N-rodadas, n trocas!

Uau!

Agora, imagine que os jogadores saibam qual é o valor de n.

O equilíbrio do jogo muda e nenhuma troca é realizada. Não existem mais benefícios de longo prazo. Todos buscam sua maximização no curto prazo.

Ou seja, um governante que assuma o poder sabem que, ou em 4, ou em 8 anos estará fora da "casa", não tomará riscos que poderão beneficiar a nação, pois eles somente serão notórios após sua passagem política... Então ele maximiza os benefícios de curto prazo em detrimento aos investimentos necessários de longo prazo.

Hum... complexo?

Insuficiente para criticar a lógica?

Ok...

Segundo ponto, mais simples.

A Democracia só funciona para os cargos do Executivo.

Só funciona quando há vários candidatos para uma "cadeira".

Por quê?

Porque do contrário, simplesmente a lógica democrática é incapaz de distinguir a vontade da maioria da vontade de uma minoria burra.

Exemplo prático...

Você votou no Tiririca?

O Tiririca foi eleito com um número de votos inferior ao número de eleitores que não o queriam na Câmara. Tenho certeza disso. Mas ele foi eleito porque uma minoria prevaleceu sobre a vontade da maioria.

A vontade do povo não foi cumprida e ninguém sequer questiona este ponto, um ponto ridículo e óbvio.

Qual a lógica desta forma de poder?

Hum, voltando a um ponto lá de trás, de que o voto vai para o partido e não para o candidato... Até é verdade, que se o candidato se disvincular de um partido e for para outro, que não seja um novo partido, ele perde o direito de exercer o mandato.

Quer algo mais ridículo que isso?

Você, na teoria, vota NO CANDIDATO para que ele CUMPRA COM SUAS IDEOLOGIAS PRÓPRIAS, no entanto, se ele sai do partido, ele perde o mandato. Ou seja, se ele sair do partido, ele deve perder o cérebro e se tornar uma pessoa com convicções totalmente diferentes! Claro!

Hum...

Não estou defendendo outra forma de governo, estou simplesmente criticando esta forma que eu adoro.

Admirável mundo novo, mundo onde a lógica é questionada antes da ação. Mundo onde Tiriricas não mais governarão!

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