domingo, 3 de junho de 2012

Um quarto de século

Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!

Como seres tendenciosos temos o hábito de analisar nossas vidas pelas coisas boas e coisas ruins que nos acontecem. Para sabermos se devemos ser felizes, ou tristes, levantamos todos os pontos de nossas vidas, ponderamos, normalmente com mais peso para as coisas mais recentes, e chegamos em um resultado líquido.

Nossa vida é boa se, e somente se, as coisas boas que nos aconteceram nos têm mais peso do que as coisas ruins, a beleza matemática expressada de forma simples, clara e objetiva.

Claramente que a vida seria muito chata se isso fosse verdade.

A vida nos é boa quando conseguimos entender que cada aspecto de nós hoje é resultado de nosso caminho neste mundo. Se não gostamos das nossas vidas é porque não gostamos de nós mesmos. Como não podemos mudar o passado, para passar a aproveitar esta dádiva temos de mudar nós mesmos.

Temos de aceitar que, por bem, ou por mal, todo passo dado, foi uma trilha seguida. Cada momento da nossa vida foi único e nos ensinou algo, belo ou não, aprendemos com isso.

É óbvio que existem muitas coisas que eu fiz que eu me arrependo, o peso do "e se eu tivesse feito diferente" é nítido quando penso em muitos pontos de minha vida.

Aquela vez que eu pude ajudar e não quis. Aquela amizade perdida que eu não dei atenção quando devia... ou algo bobo, aquela prova que custou vários finais de semana estudando a fio para conseguir reverter uma nota boba perdida.

Percebemos quando erramos quando é tarde demais, a não ser que sejamos masoquistas, e erramos pelo prazer de nos ferrar nesta vida, e nos matar para conseguir arrumar uma situação qualquer.

Ah! Quase vinte e cinco anos de histórias de arrependimentos!! Ah!!!!! Quase vinte e cinco anos de histórias repletas de alegria que eu não trocaria por nada...

Cada passo dado, uma lição aprendida... Cada arrependimento gerado, mesmo que nunca superado, torna-me mais capaz de ser mais criterioso em novas decisões.

Perdão a todos que eu já magoei, mas saibam que por causa de vocês sou uma pessoa melhor... Talvez nunca esqueça muitas destas amizades perdidas, nunca as supere... Talvez eu as idolatrize por ter sofrido a perda... mas definitivamente elas me fizeram ser capaz de dar mais valor às amizades atuais...

Admirável mundo novo, um quarto de século, de cem anos... são vinte e cinco anos e sem histórias... Tenho só uma história para contar, mas ela ainda não está terminada... estou a escrevendo aos poucos, dia após dia... uma frase de cada vez... Agora, já sem pressa de viver o que acontecerá no seu tempo... e sem medo de enfrentar o que está por vir... qualquer que seja meu caminho, o que eu percorri foi o que me trouxe aqui, e foi o que me preparou para o que vier... se eu errar de novo, vou aprender algo novo... levantar a cabeça e continuar escrevendo minha história...

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